Curitiba e as Redes Sociais

social mediaO que têm as redes sociais a ver com Curitiba, ou como meu velho avô dizia, “o que tem a ver o relógio com as calças”? Tudo e nada a ver, ao mesmo tempo. Me explico.
A comunicação corporativa é usualmente um grande desafio para as empresas. Isso em função de dois grandes problemas:
1.    As empresas não conhecem bem o perfil de seu público-alvo;
2.    Não conhecem seus maiores interesses no momento. Os interesses são sempre derivados das necessidades,  que mudam continuamente.
Quando nós não conhecemos nosso público-alvo, as chances de desperdiçar criatividade e o dinheiro da comunicação corporativa são muito altas.

Por essa razão, é comum que, antes de uma grande campanha nacional, as agencias recomendem a seus clientes conduzir uma campanha-piloto em Curitiba. Por quê Curitiba? Porque esta cidade é considerada um modelo das grandes metrópoles brasileiras. Então, se uma campanha vai bem em Curitiba, provavelmente também dará resultado em São Paulo, Rio, Recife e outras grandes cidades brasileiras. Mas, isso nem sempre é verdade e o problema é esse “mas”.

Curitiba até pode ser um modelo em escala menor das grandes cidades brasileiras, mas o fato é que aspectos geo-político-sociais podem tornar a mensagem que funciona bem na cidade A, ser mal entendida, ou até ridicularizada, na cidade B…. Como resolver esse problema, garantindo maior valor às campanhas de comunicação corporativa? Aí chegamos às redes sociais.

O termo redes sociais deriva das chamadas mídias sociais, as mídias democráticas que permitem a qualquer indivíduo, em qualquer parte do mundo (o blog Generation Y, da cubana Yoani Sánchez é um dos mais lidos do mundo), expressar sua opinião e, mais do que isso, comentar sobre as opiniões dos outros. As mídias sociais são interativas e abertas! Daí que quando uma empresa participa das redes sociais (através de seus blogs corporativos, do LinkedIn, do Twitter, do YouTube, do SlideShare e até do Facebook), as chances são que ela consiga entender melhor o perfil de seu público-alvo, suas necessidades, seus interesses, podendo assim adaptar a sacada criativa e o conteúdo das mensagens, visando o aumento da eficácia.

O público leigo, e isso é muito comum nas novas ondas, costuma avaliar erroneamente as mídias sociais. Vira e mexe aparece alguém prognosticando o fim da mídia tradicional (impressa, ou online), substituída pelas mídias sociais. Como dizem os americanos, it’s not gonna happen! Mídias sociais e mídia tradicional têm papéis muito diferentes e estão convergindo (leia a opinião da agência Riot a respeito). A mídia tradicional é formal, depende da credibilidade do veículo e da relevância do emissor (empresa). Já as mídias sociais, são informais, aceitam as opiniões emitidas por qualquer pessoa, independentemente de sua credibilidade. Na verdade, nas redes sociais a credibilidade é construída paulatinamente, à medida em que publicamos conteúdos relevantes e consistentes. O público julga e joga para a vala comum da irrelevância a todos aqueles que publicam conteúdos sem consistência.

A chave do sucesso da comunicação corporativa, nos dias em que vivemos, é sabermos testar idéias e conteúdos, via mídias sociais, ajustando-os ao perfil do público-alvo antes de publicá-los nas mídias tradicionais. Dessa forma, as redes sociais fazem o “papel de Curitiba”, funcionando como um laboratório vivo, e muito mais eficaz, para tudo que será comunicado nas mídias tradicionais.

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